22 de março de 2013

Glaciares


Gelo na água do mar e o glaciar, imenso e lindo, à nossa frente.

O glaciar também pode ser chamado de geleira. São imensas montanhas cobertas de neve que derreteu e congelou diversas vezes, eliminando todo oxigênio até se transformar num bloco compacto de gelo puro, com menos de 3% de ar em seu interior - por isso, quanto mais azul é um glaciar, mais gelo ele contém. Os glaciares brancos são os cobertos de neve :)

Nesta foto você pode ver uma mancha escura no glaciar. Não é poluição! São sedimentos da montanha (terra, pedras...) que seguiram para o mar junto com o gelo derretido que se recongelou e fez essa linda parede azul :)


A água é geladíssima mas há muita vida no caminho dos glaciares... golfinhos, diversos tipos de plantas, aves aquáticas, peixes e baleias que aparecem de vez em quando.


A água fica coalhada de gelo



e há nuvenzinhas baixas que são a coisa mais linda...



Não é photoshop, não é filtro, não foi feito absolutamente nada nesta foto - e foi tirada com uma digitalzinha bem marromeno. É a natureza em sua glória :)



o navio deixando seu rastro na água



havia momentos em que o mar virava um espelho, a água não tinha uma ondinha sequer


mesmo usando luva de couro forrada de lã, eu sentia muito frio nas mãos.


 o verde persisite nas montanhas geladas


 



 baleias :)


 às vezes olho para as fotos e não acredito que eu estive num lugar tão lindo. quero voltar :)

15 de março de 2013

Algumas fotos no navio

 boas vindas com pisco sour
(pisco, por su conta y risco, já diz o ditado chileno)

o sol se põe por volta das 9, 9 e meia da noite

 a linda marchetaria do piso da recepção, deque 2

 o pôr-do-sol no mar

 coquetel de boas vindas

salão Yámana, nome de uma tribo da Tierra del Fuego

 sobe escada e desce escada o dia todo

 salão Sky, prumas bebidinhas

há vários monitores mostrando a rota do navio e as atividades do dia

 deque superior

 deque superior

bandeira do Chile

 deque superior

 deque superior

o mar calminho, calminho

um glaciar na janela da cabine


oi!
 eu, Fred e o glaciar. 
Sabe aquela foto do glaciar visto do avião no caminho para Punta Arenas? 
Então. Era esse aí :)



Algumas fotos em Punta Arenas

 no aeroporto de Punta Arenas há uma baleia de placas de acrílico :)


e o ralo do banheiro é um cavalo-marinho


 nas ruas, há rosas de cores maravilhosas nos canteiros

 há matilhas de cachorros mansos dormindo no sol

chegando ao navio

algumas fotos no Chile

no caminho para Punta Arenas

Andes

 Laguinho azul claro, laguinho azul escuro


Nuvens

 Desertos

Estranhas plantações

Glaciares

eu amei os móveis do hotel

e descobri que não é só no Egito que tem lápis-lázuli

no aeroporto, antes do vôo para Punta Arenas, vi esta escultura. 
Espero que não sejam malas extraviadas :)

Sobre Ushuaia, 2

Esqueci de contar que, no mesmo dia da Pinguinera - nosso primeiro dia em Ushuaia! - fomos ao teleférico no Glaciar Martial. Decidi o passeio num impulso, nem tinha ouvido falar dele. Pensei que fosse algo como o bondinho do Pão de Açúcar, mas não, eram cadeirinhas suspensas num cabo, subindo a montanha.

Olha, tem que ter MUITA FÉ nas leis da fisica, viu. Como um trocinho daquele segura gente eu simplesmente não entendo. Adorei e morri de medo o tempo todo, o troço é alto prá dedéu. E Fred ainda ficou fazendo graça e falando dum filme de terror onde o pessoal fica preso numa cadeirinha dessas, o parque fecha e os lobos ficam rondando.

Eita, agora me dei conta de que a gente não foi a nenhum cassino! Tinha um simples na nossa rua e outro todo chiquetoso na rua do porto, parecia um projeto do Niemeyer.

Nas vitrines das lojas, blusinhas adequadas ao calor carioca ficam lado a lado com casacos pesados de frio. Vi até biquíni!

Todos os edifícios são bem aquecidos - desligamos o aquecedor do quarto do hotel pq estávamos suando!

Minha teoria é que o conceito de temperatura agradável é o oposto da temperatura lá fora. Como no Brasil lá fora é quente, o nosso conceito é que bom é o frio. Então quartos, lojas, aeroportos, etc, têm ar condicionado. Em Ushuaia (e no navio) lá fora é frio e o bom é estar no quentinho. Então se usam roupas normais embaixo de casacões. Entrou, tira o casaco, fica de blusinha.

O passeio que o Fred mais gostou foi o do museu do Presídio do Fim do Mundo. Era um presídio (dã) e virou um museu (dã duplo). As celas mostram alguns dos prisioneiros mais famosos, os ambientes reproduzem as condições de época, o artesanato em madeira feitos pelos presos, a oficina de tipografia... fotos, objetos e mutas informações - afinal, é um museu.

Uma ala não foi reformada e a gente viu as celas vazias, com as paredes no reboco, esburacadas (mas inteiras, claro, as paredes são grossíssimas), o chão original (feito na oficina de cerâmica que tinha lá - Ushuaia é o fim do mundo, tem que poder fazer as coisas pq não dá para trazer logo de outro lugar). Fred adorou, tirou muitas fotos dessa parte. Eu também achei bom de fotografar, mas rezei uma ave-maria pelos presos e me senti emocionalmente um pouco mal, até um pouco enjoada.

No mesmo local, em outra ala, é o museu náutico, com reproduções em escala de navios, galeões, naus e caravelas mais famosos que passaram por Ushuaia, Cabo Horn e Canal Beagle. O último pirata da área viveu nos anos 30 :O

Do lado de fora, num gramado, há duas marias-fumaças e um resto naufragado de bote. Lá, no calor da uma da tarde (sim, sem o vento o sol é quente) vimos um gato preto e eu fui fazer carinho nele. O gato é mansinho, ronronou, deu cabeçadas, fez pãozinho... um fofo! Abracei e comprovei que ele está bem cuidado, é bem alimentado e saudável, até onde pude perceber. Seu pêlo é brilhante  não tem falhas. Perguntei na recepção por ele e descobri que se chama José e há duas gatas por lá, uma se chama Catalina, é trica, e a outra eu esqueci.

13 de março de 2013

sobre Ushuaia, 1

Escrevo no vôo Ushuaia-Buenos Aires.

Os dias em Ushuaia passaram rápido demais. Amanhecia cedo e anoitecia por volta das 9:30 da noite. Só paramos no hotel para dormir.

Fred escolheu o Vila Brescia por ser central e ter internet, mas a internet não funcionou direito. Quase não consegui ler os e-mails nas 3 vezes que liguei o computador.

Ah, Ushuaia, quero voltar. Pequena, acolhedora, agradável. Fomos a 3 passeios: o teleférico no Glaciar Martial, o passeio de catamarã às Pinguineras (ilhas dos pingüins) e os Museus do Presídio e do Fim do Mundo.  Fora isso, andamos, tiramos fotos, passeamos pelo porto e comemos centolla.

Comi uma carzuela de centolla, pulpo e camarones com arroz que foi de comer rezando. Suspirei a refeição toda. Saborosa, temperada na medida para dar gosto sem esconder o sabor suave e quase doce da centolla, que é um caranguejão (o king crab americano).

Faltou conhecer o Parque Nacional, a cidade de El Calafate, o Lago Escondido. Mas não fez falta, porque aproveitamos conforme nossa vontade e sempre chegamos cansados ao hotel.

O real variava entre 2 2 2,80 pesos, de acordo com a loja. Vale a pena pesquisar a melhor. E para comprar as comidinhas da terra, compotas, doces de leite e conservas, o melhor é ir no supermercado, que tem o fantástico nome de La Anónima. A famosa La Anónima :D

Meu espanhol made in Menudo deu pro gasto, o portunhol do Fred é risível, mas nos comunicamos bem, até.

Ainda sinto, às vezes, o balanço do barco. El buque, como se diz em espanhol. Nossa tendência antissocial ficou muito clara no cruzeiro - não descemos nenhuma vez (mais por insegurança nossa, admito. a gente olhou os botes infláveis e pensou "eu, hein, rosa". Também só subimos ao salão Yámana uma vez só, na noite da despedida. Enquanto o povo confraternizava, a gente saiu pro deque superior para tirar fotos e ver a baía de Ushuaia com a cidade iluminada - e espalhada - ao fundo.

Vimos zilhões de krill, atraídos pela luz do navio. Camarõezinhos do tamanho de um dedinho, vermelhos - comida de baleia e golfinho. Tiramos fotos e até que uma delas prestou.

Na viagem à pinguinera, foram 3 horas para ir e 3 para voltar. Cometemos a insanidade de ficar no deque superior do catamarã durante duas horas. Fazia um dia lindo de sol e mar tranqüilo, um cenário de cinema, mas o vento era de congelar a alma do capeta. Como o catamarã parava de quando em quando para vermos leões marinhos, lobos-marinhos, aves e faróis, decidimos esperar para descer para o deque interno na próxima parada e ficamos batendo dente porque não estávamos agasalhados suficientemente para a viagem. Ficamos virados pro sol, como dois girassóis, aproveitando o quentinho enquanto nossas costas criavam estalactites.

Quando não deu mais e o Fred não suportou mais a dor das mãos sem luvas (eu usei as minhas, ele deixou as dele no hotel) a gente encarou o medo de descer sem colete salva vidas pela escada lateral do catamarã, ou seja: tropeçou, tchibum!!

Desci rezando cada degrau, até que, lá dentro, aquecidos, nos demos conta da imensa imprudência cometida. Eu bebi o pior chocolate quente da minha vida, com gosto de água suja. Mas estava quente, estava bom. Paramos em uma ilhota - a ilha Pinguinera - para ver os pinguins, que, acostumadíssimos, não deram a menor bola pros turistas. Tiramos fotos, filmei, dei gritinhos de alegria. E estes, ao contrário dos pingüins do zôo de Tóquio, não fediam.

Chegamos 9:20 da tarde, um céu de 6:30, 6:45 no Brasil. Compramos sanduíches, coca cola, cerveja e água, tomamos banho, comemos e dormimos até as 10 da manhã de ontem. O quarto era no primeiro andar, mas como o hotel é numa ladeira, passava gente na rua, na nossa janela. Muito estranho!

12 de março de 2013

cruzeiro, dia 4

São 7 da manhã e o dia está nascendo no Cabo Horn. Fui acordada às 6:30 pelo aviso de que o primeiro grupo de expedição vai descer às 7:30.

Tive um pesadelo de madrugada, acordei assustada e fiquei olhando as estrelas. Não reconheci as constelações. O dia nasce límpido e eu me lembro de Atami.

O barco balança suavemente e agora eu entendo porque marinheiros andam engraçado.

Passou uma gaivota. No Cabo Horn há uma estátua, um monumento, em forma vazada de gaivota.

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2:25 da tarde

Enjoei terrivelmente na parte da manhã. Não desci para tomar café. O navio balançava bastante, apesar do mar estar calmo na superfície.

Está uma tarde magnífica, céu azul, mar sereno - passamos pelo Cabo Horn e o capitão nos felicitou pela boa sorte de poder circunavegá-lo pelo sul - coisa muito rara! O Cabo Horn é o rabinho da América do Sul - depois dele, só há terra na Antártida.

Faz um sol bom, bem quentinho, mas o frio lá fora não cessa. Então, aqui dentro, o sol engana - ah, lá fora está quente - e o vento frio nos regela os ossos.

Consegui falar com o pessoal de Recife. Estavam na casa de praia, por isso ninguém atendeu em casa. E eu tive um pesadelo sem motivo, tudo estava bem.

Passei a manhã deitada e perdi o hasteamento da bandeira pirata - além de boa parte do Cabo Horn.

Veio o cartão de avaliação do cruzeiro, que já acaba amanhã. São US$ 15 de gorjeta por pessoa, por dia de viagem. Fomos muito bem atendidos.

Contra o vento, tricô não é muito eficiente. Minhas luvas de couro com lã na parte interna também não agüentam muito frio. O melhor a usar é fleece, com certeza. Opa, começamos a balançar de novo.